6 ferramentas para não errar ao escolher um vinho
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Shadia Asencio - 2021-02-12T11:27:56Z
Entrar na loja. Enfrentar um tótem de prateleiras. As garrafas empilhadas, uma sobre a outra, produzem vertigem. Existem rosas, brancas, negras, verdes... sério, verdes? Existem de pé, existem deitadas. As etiquetas que as nomeiam são, na sua maioria, entediantes. Não importa. Com castelos ou com designs hipsters: nenhuma parece revelar o sabor que guardam. Por que ninguém vem me ajudar?, você se pergunta. Não, melhor que ninguém venha, você responde.Sim, todos nós já estivemos lá, naquele momento desconfortável em que devemos escolher um vinho que vai nos custar e que pode ser uma decepção ou a maior proeza do jantar. A moeda gira no ar. Temos medo ou nos sentimos envergonhados como se saber sobre vinhos fosse nossa obrigação.Não vou dizer que escolher uma garrafa, mesmo para alguém versado no assunto, seja algo simples. Às vezes, simplesmente não conseguimos escapar do São Google antes de pegar um vinho pelos chifres. Mas nem tudo está perdido. Existem alguns indicadores que podem te guiar razoavelmente nessa rara decisão de compra. 1. O preço. É verdade, nem sempre é um indicador de qualidade. No entanto, eu apontaria que aqui existe uma questão numérica. Considere os impostos, os gastos da viagem, os quilômetros: se vem de longe e custa barato, eu não confiaria. Nos vinhos mexicanos a situação muda, pois na maioria das vezes as vinícolas que oferecem vinhos baratos são empresas de bom volume que levam a produção a sério. Por aqui pode haver boas opções: Monte Xanic, Santo Tomás, L.A. Cetto.2. A região. Aprender as minúcias das regiões vitivinícolas levaria vários anos de estudo, no entanto, existem denominações de origem que são bastante rigorosas em suas regulamentações de qualidade. Tal é o caso de Ribera del Duero, o Friuli, Montepulciano d’Abruzzo, Rueda, Albariño, os vinhos verdes de Portugal, Sonoma, para citar alguns. Pessoalmente, adoro o que é feito em Parras, Coahuila. Raramente eu falhei. 3. A uva. Um sábio disse: “há de tudo na vinha do Senhor”. Nas vinhas do mundo acontece o mesmo. A opção de baixo risco é que, quando você provar um vinho que goste, anote o nome da uva (e da etiqueta, claro). Assim, na loja você terá um ponto de partida. Se você tende a explorar opções da sua cepa favorita, lembre-se de que cada varietal se desenvolve melhor em uma região do que em outra. Exemplos? A pinot noir em Bordeaux ou Sonoma. A tempranillo, em Ribera del Duero; a syrah, na Austrália (melhor se for do vale de Barossa); a malbec, de Mendoza na Argentina; a riesling, na Áustria e Alemanha; a pinot gris, no Friuli; a nebbiolo, no Vale de Guadalupe, e a semillón, em Aguascalientes. Tudo com suas exceções e reservas.4. Os prêmios.Odeio dizer que os prêmios importam porque, quantas vezes nos decepcionamos nos Oscars. Nos vinhos é igual, no entanto, pode ser um ponto de partida interessante. Lá fora existe uma série de listas feitas por conhecedores que degustam a cegas. Eu diria que as que merecem atenção são o Concours Mondial de Bruxelles, Decanter World Wine Awards, a Guia Peñín, as pontuações Parker e Wine Spectator. No caso do México, eu gosto da seleção feita por Rodolfo Gerschman em sua guia Catadores do vinho mexicano. Como você vai saber se um vinho tem prêmios? Geralmente, as garrafas contam com um distintivo ou adesivo da medalha que ganharam. 5. Siga nossas recomendações mensais. No Kiwilimón, apresentamos nossas cepas favoritas, sobre os vinhos que já experimentamos e adoramos. Um rosé sutil e de boa acidez é o Izadi Larrosa da Rioja; se você quiser optar por algo novo de Parras, Coahuila, vá pelo cabernet-shiraz de Hacienda Florida com suas notas de frutas negras. O malbec mendocino e especiado de Trumpeter nunca falha e, se o que você busca é um Ribera del Duero de perfil fresco, Flores de Callejo e suas notas de confeitaria vão te agradar.6. Experimente.Nada como o belo aprendizado Montessori vinícola de provar e falhar, de provar e acertar. Você viu e se vibrou? Tente. De um gole ruim ninguém vai morrer e, no final, se a comida foi boa, sua experiência também será.