Haverá carne suficiente para a quarentena?

A carne é, para muitos, uma festa no prato: é sinônimo de um dia especial ou simplesmente, o ingrediente indispensável em nossos amados tacos. Por isso, quando três plantas embaladoras de carne fecharam suas portas nos Estados Unidos e quase ao mesmo tempo um armazém transnacional do mesmo país limitou a compra de carne a algumas peças por família, as especulações tanto nos Estados Unidos quanto no México começaram a surgir. Haverá carne suficiente para todos? Ficaremos sem carne? As perguntas estavam no ar. Pensar se haverá carne suficiente para a quarentena pode deixar a maioria nervosa. O COVID-19 afetou diretamente indústrias como a cervejeira ou a de restaurantes; a de carne e embutidos também não ficou isenta. No início de abril, a linha de produção de três enormes fábricas norte-americanas testou positivo para COVID-19, por isso as operações tiveram que ser suspensas indefinidamente. A esse fato somou-se que armazéns como Costco, nos Estados Unidos, limitaram a venda de peças de filé por família e, claro, como era de se esperar, os custos começaram a subir. O tema se tornou tão relevante que até Donald Trump pediu ao Departamento de Justiça que mantivesse os preços da carne bovina. Para terminar, no México –sim, ainda tem mais– ocorreu um enorme incêndio na planta processadora de carne suína de Kekén, em Yucatán. Carlos Ramayo Navarrete, presidente da Associação Pecuária Local de Suinocultores, garantiu que o abastecimento estava sob controle.Para comprovar, entrevistei Germán Navarrete, chef executivo da U.S. Meat no México, que me confirmou que “muitos restaurantes estão trabalhando apenas com delivery, portanto os produtores têm carne suficiente: o fornecimento está garantido”. Além disso, parece que o tema será resolvido com o passar das semanas, pois duas das fábricas norte-americanas fechadas já estão retomando sua produção, pelo menos lentamente, segundo me contou.Outra boa notícia é que hoje em nosso país a carne suína é mais barata do que nos meses anteriores e isso deixa nossos bolsos e desejos respirarem um pouco. Podemos comprar carne suína ou, no tempo que nos resta de confinamento, nos aventurar ao novo. Experimentar pedaços de carne novos e econômicos que, com boas preparações e receitas deliciosas, resultem em uma descoberta que queiramos manter mesmo para tempos pós-COVID. Por que não cozinhar rabada, espinhaço de porco ou carne de segunda? São deliciosos e –nossa palavra favorita da temporada– baratos. Eu te asseguro que neles você encontrará aquele carinho que, a essa altura do confinamento, não está de mais oferecer à sua família. Aqui compartilho algumas receitas com alguns cortes que são resistentes a supermercados com aumento de preços e que são aprovados por crianças que não querem comer: espinhaço de porco em pasilla, esquites com tutano, brisket de porco glaceado, perna de porco em pipián vermelho. Me conte como ficam.