De Kiwilimón para você

Opções e dicas de harmonização para o Natal

Por Shadia Asencio - 2020-12-23T16:23:43Z
Nesta ocasião, a carta editorial chega 24 horas mais cedo porque o Natal não espera. Nos alto-falantes soam os cânticos natalinos. A casa já exala os preparativos do forno. Tudo é felicidade, mas você já sabe o que vai servir para beber? Quase sempre pensamos nas bebidas até o último momento. Não importa o que você gosta – ou o que tem à mão – queremos que você aproveite ao máximo seu jantar com algumas dicas de harmonizações práticas.Harmonização só com vinho?Não há comida sem bebida e vice-versa. Mas a bebida também não é sinônimo de álcool. A harmonização pode ser feita com o líquido que você mais gosta. O sommelier Marcos Flores, presidente da Aliança Panamericana de Sommeliers, diz que, em caso de abstinência, o melhor aliado do jantar de Natal são os chás, os ponches e as águas frescas. Ele recomenda acompanhar os romeritos com um chá pu-erh ou chá vermelho; o típico bacalhau à vizcaína com um chá oolong; a perna apimentada com água de jamaica e gengibre e os ponches, com o peru defumado.Se você prefere cervejas, a regra básica é harmonizar as clara ou âmbar com pratos de menor estrutura –saladas, purês, bacalhau– e escolher cervejas escuras e densas para pratos mais fortes ou que tenham passado pelo forno como os romeritos com mole, o lombo ou a perna. Em ambas as partes, as notas de caramelização serão ressaltadas.Pessoalmente, gosto de combinar os vinhos mexicanos de uva malbec com o lombo de porco. Gosto muito do Guanamé Malbec 2017 para um pedaço de carne coberto com molho. Para uma massa cremosa, escolha um branco com barrica como um Wente Chardonnay Riva Ranch, e para uns romeritos, um espumante rosado que enfrente a picância –como o cava espanhol Roger Goulart Coral Rosé–. O rei da mesa de Natal, o peru, sirva-o junto a uma taça de tinto leve da uva pinot noir ou merlot como o Cousiño Macul Antiguas Reservas Merlot cujos aromas leves de especiarias e frutos vermelhos o harmonizarão como Mozart.As taçasSe você vai servir cerveja, o melhor é despejá-la em um jarro – até mesmo naquele Mason Jar com alça que você guarda no armário – para não aquecê-la e mantê-la fria por mais tempo. As taças especiais para cerveja costumam ter um vidro mais denso e um pé mais grosso para que as mãos não transmitam calor. No caso do vinho, o tamanho da taça influencia na quantidade de ar que entra e oxigena o vinho e, com isso, a potência dos aromas e sabores mudará. Quanto mais estruturado e complexo for um vinho, mais ampla deverá ser a taça (como a taça borgonhona).Se você tiver dois tipos de taças, sirva o vinho branco na menor e o tinto, na maior ou na que tem a boca mais aberta. O ideal é servir o champanhe ou os vinhos espumosos em uma taça flauta para favorecer o desenvolvimento das bolhas, mas se você não tiver, em uma taça de vinho branco ficará perfeito. A temperaturaVocê imagina um caldo de camarão morno como o purgatório? Um torta de maçã gelada como o inverno? Não tem jeito: devemos levar em conta a temperatura nas bebidas e alimentos. Nas cervejas e vinhos, elas exibem ou escondem os aromas e sabores. Por exemplo, a forma ideal de tomar uma cerveja com 4 a 6 graus de álcool é a 3° C de temperatura. As que vão a partir de 7 graus, sirva entre 12 e 14° C. Quanto aos vinhos, geralmente, gosto que estejam um pouco frios. A regra é que os espumantes vão a 8º C para desfrutar sua carbonatação (suas bolhas). Recomendo servir os brancos entre 7 e 11º C, mas se eles têm barrica, sirva a uns 10 ou 12º C. Os vinhos tintos leves e sem muito envelhecimento vão bem com uma temperatura de 13 a 14º C. Os vinhos mais encorpados como uma mistura bordalesa, um riojano ou um de guarda deixe de 17 a 18º C. Você tem por aí um vinho de sobremesa ou um fortificado como o porto? Sirva a 14º C para manter esse doce equilíbrio e estrutura.  E claro, lembre-se que o controle está em suas mãos. Viva um feliz Natal cuidando do seu corpo e sem excessos. Essa é a melhor forma de celebrar!