De Kiwilimón para você

Pais saudáveis, crianças saudáveis

Por Shadia Asencio - 2020-12-28T13:05:54Z
Aprendendo com os erros. Mas será que podemos aprender a ser saudáveis antes de prejudicar nosso corpo ou o de nossos filhos? Assim como amar, aprender um idioma ou usar pimenta até na sopa, os hábitos que as crianças observam em seus pais são reproduzidos como um espelho. Da mesma forma, uma criança que desde pequena observa seus pais comer vegetais, mais cedo ou mais tarde fará dessa rotina uma lei. A comida é, sem dúvida, uma bênção. Mal utilizada é veneno. Sua missão é cuidar de cada parte do corpo e garantir seu funcionamento. Ainda assim, é difícil não se obsessar com o som da fritura cozinhando no óleo, difícil não nos provocar um bolo no forno, difícil não reclamar do que é saudável quando não é um hábito. Mas aqui está a boa notícia: ser um pai saudável não dá trabalho quando feito por amor próprio, por amor aos filhos. Além disso, visto pelo lado guloso, comer saudavelmente nos dá um coringa para ser usado sem culpa em algum dia da semana. Esse é um bom equilíbrio. Vamos nos permitir aquele bolo de banana ou aqueles petiscos no domingo? Como muitos de vocês, também pertenço a essa geração que cresceu vendo comerciais infantis não regulamentados na televisão. Já sabem, os mágicos, os palhaços e as panteras que nos diziam que os doces nos davam superpoderes. Lembro que sempre que ia à casa das minhas amigas –certamente, com despensas mais coloridas e sedutoras– eu sentia inveja de suas sobremesas e, sobretudo, de seus pais. Os meus eram estranhos. Eram saudáveis. Hoje, sinceramente, agradeço a eles. Não é por acaso que o México é o primeiro lugar em obesidade infantil e o segundo lugar em obesidade em adultos. E não, as crianças não têm culpa. Nos anos oitenta e noventa, estavam na moda os aditivos, conservantes e corantes artificiais. Quanto mais rápido algo era preparado, melhor. Alguns alimentos reais até foram publicamente demonizados até que, com o passar dos anos, descobrimos que o ovo não era essa máquina produtora de colesterol e que os carboidratos e as gorduras não eram totalmente ruins. Pelo contrário, segundo me conta a Nutricionista Clínica especializada em diabetes, Jennifer Asencio, precisamos dos carboidratos para funcionar e pensar. Claro, ela fala dos carboidratos complexos, não dos que vêm incluídos no bolo de tamal – que, se amamos, será o motivo pelo qual vale a pena cuidar de nós mesmos previamente. Equilíbrio, lembram? A doutora Asencio afirma que “a glicose fornece energia ao corpo, ou seja, é o “combustível”. O cérebro, fígado e nossos músculos funcionam graças a ela. A glicose é a única fonte de energia do sistema nervoso e das células sanguíneas, portanto, uma pessoa saudável deve ingerir carboidratos complexos, como grãos, arroz, pães integrais e cereais todos os dias, mas de forma consciente, em um prato equilibrado”. Não se aplica da mesma forma a pessoas com diabetes.Segundo a American Academy of Pediatrics, antes dos dois anos é quando se formam os hábitos alimentares de nossos filhos, então, especialmente nesse momento, devem ser tomadas decisões nutricionais inteligentes. Um pai saudável evitaria para si mesmo e para seus filhos açúcares simples como doces, balas, gomas ou pães doces e os consumiria apenas em ocasiões especiais, em um sábado de manhã ou em um dia da semana, sem excessos. Escolheria melhores produtos, com rótulos mais limpos – aqueles em que se pode pronunciar a maioria dos componentes. Aprenderia a ler as informações nutricionais para distinguir os outros nomes do açúcar (adoçante, sorbitol, dextrose, etcétera). Faria um consumo responsável.Somente com melhores decisões alimentares podemos ter filhos com melhores chances de vida. Deixar de ver o “s saudável” como um estigma e melhor vê-lo como o que é: nossa melhor herança, a única maneira de viver mais e viver melhor. Me acompanham? Podemos fazer isso juntos.Salada de nopal com feijãoSalmão grelhado com molho de abacateSalmão ao pibil