Quais pratos te marcaram?
Por
Shadia Asencio - 2020-11-20T12:42:48Z
As memórias são um monte de tijolos que tomam a forma de uma edificação, de um castelo da Disney, assim que se coloca alguns quilômetros de distância. Na comida, essa quilometragem remonta à infância. Os pratos que nos marcaram têm como ambientação um momento em família, uma panela grande e um gesto de carinho dirigido a nós. Há um narrador – melhor se tiver a voz de Morgan Freeman – e, claro, uma avó, uma mãe ou alguém com quem pudemos estabelecer uma conexão profunda. Se aquela comida que lembramos com as vísceras e o coração sabia bem, só o universo sabe. É aqui que a distância joga seu truque. Nos pratos queridos há algo de engano que é ao mesmo tempo um mantra curador: sabe a um momento em que nos sentimos amados. Sabe a amor. Sabe a lar. A nostalgia parece tingir de sépia e rosa a memória e, com isso, os sabores e as vivências perdem sua nitidez. Claro, essa emoção tem o poder de nos tatuar o nome daquele prato que tentaremos replicar, buscar e interpretar no que cozinhamos, comemos e compartilhamos. Eu não tenho uma receita querida e especial. Tenho várias. Está o mole verde da minha avó e a sopa de tomate da minha mãe. Mas, nesse exercício teimoso que é lembrar, descobri que no amor aos meus pratos favoritos não pesa tanto a complexidade da receita quanto o tamanho da memória. O melhor exemplo que me vem à mente é o simples sanduíche de feijão refrito, queijo Gouda e chipotle que meu pai preparava todas as manhãs em uma sanduicheira para eu levar para a escola. Não soava o sinal do intervalo e eu já tinha comido dois deles – sim, dois. O fato é que sempre tive um bom apetite e simplesmente um não era suficiente para a minha vontade. Para meu pai, eu disse uma mentira piedosa. Contou que minhas amigas gostavam tanto do meu sanduíche que, mordida a mordida, me deixavam sem comer. A verdade é que eu preferia a culpa à fome e sinceramente os sanduíches dele sabiam a glória. Ele, um pai extremamente protetor, começou a me mandar dois. Eu simplesmente os devorava. Se alguém me pedia uma mordida, eu pensava duas vezes. Como minha história, as receitas mais especiais têm a força de nos fazer sorrir e evocar cada sabor, cada sensação, como se estivéssemos lá. Um sabor acaba sendo uma Polaroid, uma ponte ao passado e, ao mesmo tempo, um gancho que nos conecta ao aqui e agora. No Kiwilimón queríamos celebrar isso: o lindo poder que a comida tem de nos conectar com o que mais amamos. Por isso criamos um concurso, A Receita do Ano. Com ele queremos conhecer as anedotas por trás das receitas que você ama. Compartilhe sua receita favorita e escreva ao lado dela a história de por que é tão especial para você. No final, premiamos as melhores com uma linda louça (no valor de mais de 10 mil pesos), para que você possa perpetuar as memórias e vivências. Não só isso: você fará parte do nosso livro de receitas do ano e verá em vídeo sua receita assinada com seu nome.Para descobrir as regras deste concurso, confira esta nota ou este vídeo e se você tiver dúvidas, por favor, escreva para chefkiwilimon@gmail.com. Anime-se a compartilhar o que mais gosta. Tenho certeza de que a Receita do Ano do Kiwilimón é você quem tem. Envie sua receita e sua história especial com a hashtag #Larecetadelaño da sua conta no Kiwilimón e se você ainda não tem, registre-se aqui.