De Kiwilimón para você

Seu guia básico para entender o vinho branco

Por Shadia Asencio - 2021-08-26T11:36:24Z
Os vinhos brancos são um planeta repleto de ecossistemas. Alguns dão a sensação de estar em um jardim na primavera, outros em uma manhã invernal nas montanhas, em uma festa tropical ou desfrutando de uma brisa marinha. Pode ser que, para muitos, os vinhos tintos sejam os que recebem toda a atenção. O certo é que os brancos são um poema para o nariz, frescura no paladar e os grandes amigos dos frutos do mar, das preparações cítricas e daqueles pratos com um leve teor de gordura. Ou seja, que, junto com a comida mexicana, são o dueto perfeito.No domingo passado, participei do evento presencial na Casa Xipe que organizou a denominação de origem espanhola Rías Baixas no México. A degustação de seus vinhos foi um lembrete de que os brancos podem ser vinhos complexos, redondos e surpreendentes. Esqueça os vinhos pálidos, doces como mel – embora sempre haja milagres nas vinhedos do Senhor –, e aventure-se a explorar a festa de verão dos brancos.O que conhecemos como vinho branco nasce das uvas brancas da vitis vinifera. As mais comuns no México são a chardonnay, a sauvignon blanc e a chenin blanc provenientes principalmente do Vale de Guadalupe, Querétaro, Aguascalientes e San Luis Potosí. Se você gosta de vinhos espanhóis, então no seu vocabulário estarão cepas como a albariño – varietal inexorável de Rías Baixas – a malvasía, verdejo, txakoli – minha uva branca favorita do momento –, a garnacha branca, entre muitas outras. Nos países frios da Europa brilham varietais como a silvaner, a riesling ou a gewürztraminer.O que faz um branco um deleite tem a ver com sua acidez. A acidez é para o vinho branco o que a harmonia é para uma canção, a cor é para uma obra de arte. Para que não se sobressaia, a acidez deve estar equilibrada em relação ao álcool e à doçura do líquido.Diferente de um tinto, o vinho branco é colhido quando o nível de graus brix (concentração de açúcares) é o ideal para o enólogo. Em seguida, é levado para despalhar e espremer. Depois, é macerado a frio – a cerca de 17 graus – e a fermentação é realizada sem casca. Geralmente são consumidos jovens, embora alguns outros sejam deixados em barricas de primeiro ou segundo uso para não roubar o protagonismo de seus aromas frutais. O líquido resultante vai do amarelo esverdeado ao ouro velho e toda a gama de tonalidades que cabe entre ambos. Os aromas vão dos florais, frutais e herbais, até a padaria como manteiga, mel e brioche. Também existem aromas de carvalho, cedro e madeiras, caso tenha envelhecido em barrica. A sugestão de uso é sempre fria. Quanto? Depende da qualidade e safra do vinho e, claro, do momento do dia. É a menos de 12º C que os vinhos brancos adquirem aquela frescura e leveza que tanto os distingue. Para harmonizá-los acompanhe-os com queijos leves e frescos, com pouco ou nenhum envelhecimento, frutos do mar, peixes, culinária oriental, massas leves, tacos, quesadillas fritas vegetarianas, e, claro, sobremesas frutais, cremosas ou leves.Aqui deixo algumas recomendações de vinhos brancos que provei ultimamente e que me surpreenderam. São um bom motivo para se reunir com a família ou amigos para celebrar a vida. Terras Gauda Um vinho da região de Rías Baixas em que você encontrará aromas de frutas de caroço como pêssego, cítricos como a tangerina e uma marcada mineralidade. Eu recomendo para acompanhar este delicioso molcajete de frutos do mar.Do FerreiroOutro vinho da DO de Rías Baixas cujas uvas albariño vêm de vinhedos com mais de dez anos. Encontre nele uma mineralidade substancial, aromas de maçã e herbais, assim como uma excelente acidez na boca. Desfrute junto a um peixe assado como este que proponho.