Talavera, a arte que sobrevive ao passar do tempo
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Gretel Morales - 2022-09-06T17:16:35Z
Todos conhecemos a arte da talavera. É aquele padrão colorido que embeleza pratos, xícaras e jarros, geralmente de cor azul, embora possa variar. As louças de talavera são joias preciosas que adornam mesas de lares e restaurantes em ocasiões, especialmente durante as festas patrias, embora não se limite a este mês. Costumamos assumir que a talavera é 100% mexicana e que é produzida apenas por artesãos de Puebla e Tlaxcala, mas na verdade chegou ao México após a colonização. A técnica tradicional surgiu em meados do século XVI e ainda está viva graças aos talentosos artesãos. Embora hoje em dia possamos encontrar louças de todos os materiais e preços, a talavera se tornou uma forma de arte viva, que transcendeu o tempo, pois em 2019, a UNESCO declarou a talavera produzida no México e na Espanha como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Se você quer saber mais sobre a talavera, não perca esta nota do kiwilimón! Você também pode ler: O amor no centro da mesa: a importância de uma louçaO que é a talavera? Segundo informações publicadas pela Secretaria de Economia, a talavera é um tipo de cerâmica cuja “manufatura remonta ao século XVI. As cores utilizadas em sua decoração são azul, amarelo, preto, verde, laranja e lilás. Cada peça é feita à mão em torno, e o vidrado contém estanho e chumbo, como são elaboradas desde a época virreinal”. No México, a verdadeira talavera está protegida por uma denominação de origem desde 1995, portanto, se você está em busca de uma dessas peças, verifique se provém de San Pablo del Monte, Tlaxcala, e Atlixco, Puebla, Cholula e Tecali de Herrera, no estado de Puebla. Um dos exemplos mais impressionantes de talavera é a famosa Casa dos Azulejos, localizada na Cidade do México, mas além dos azulejos, a talavera também se expressa em todo tipo de utensílios como pratos, xícaras, vasos, jardineiras e mais. Você também pode ler: Ânfora, cem anos na mesa da sua casaTalavera, patrimônio da humanidade Em 2019, a UNESCO reconheceu a talavera mexicana e espanhola como parte do patrimônio cultural da humanidade, devido ao fato de sua criação envolver “conhecimentos transmitidos de geração em geração, que têm permanecido em uma comunidade específica, que os identifica como parte de seu patrimônio e identidade”. Além de ser uma fonte de renda para pequenas comunidades, a talavera também é um tipo de arte muito exigente, já que “o conhecimento e as habilidades relacionadas à prática cultural incluem a preparação da argila, a elaboração da cerâmica, a decoração, a preparação de pigmentos de maneira natural e o manejo do forno, o que requer uma grande experiência”. Embora hoje em dia o mole poblano e os chiles en nogada são servidos em belos pratos de talavera, a Secretaria de Cultura explica que esse tipo de cerâmica tem suas origens no Egito e na Pérsia, para depois chegar ao Marrocos e, finalmente, à Espanha. Uma vez que a talavera chegou à Europa, foi influenciada por técnicas provenientes da Itália, Holanda e Portugal. Assim, no final, a talavera é o exemplo perfeito de intercâmbio cultural, assim como muitas joias da cozinha mexicana. Você também pode ler: Como limpar uma louça de porcelana