Pratos revolucionários

É 20 de outubro e celebramos a Revolução Mexicana. Além das óbvias implicações políticas e sociais, a época da Revolução também deixou um legado gastronômico que desfrutamos até hoje.   No momento da Revolução, havia duas facetas do México bem marcadas. Aqueles abastados que tinham dinheiro e recursos e aqueles camponeses que não desfrutavam dos mesmos bens. Desses últimos se desenvolveu a comida mexicana de rua que hoje conhecemos, e dos primeiros, alguns dos pratos mais emblemáticos da alta gastronomia nacional. Junto com o exército revolucionário viajavam as adelitas, mulheres valentes que, além de lutar, também tinham a responsabilidade de cozinhar para os pelotões. Dentro dos ingredientes que mais usavam estavam o milho, o feijão e a pimenta, pois eram aqueles produtos que se podiam encontrar no campo. Da mistura desses ingredientes derivaram as chalupas e as picaditas que tão bem conhecemos, tortilla dourada ou no comal servida com molho, queijo e verdura fresca. Por outro lado, os senhores das fazendas e dos castelos pretendiam utilizar tanto ingredientes como técnicas francesas no México e o resultado dessa tentativa foi a comida de convento. Pode não soar muito glamourosa, mas da direta influência gala surgiram pratos como o mole negro e o chile en nogada, que, embora não pertençam à mesma época, nasceram da fusão entre os ingredientes mexicanos e a forma de cozinhar francesa. As vitórias dos revolucionários sempre estavam acompanhadas de pratos tradicionais como o mole, a barbacoa, os tacos, o asado de boda e, claro, o pulque e as deliciosas tortillas. Seu alto consumo dentro dos pelotões de batalha lhes deu fama e é por isso que consumimos essas preparações até hoje. Também se sabe que um dos pratos que nasceu graças à Revolução Mexicana é o Mole branco, também chamado mole de noiva, que é elaborado à base de nozes variadas e chocolate branco. Essa época da nação asteca não só definiu muito do que comemos hoje, mas também como comemos. Aqueles pratos de “passo” dos revolucionários se mantiveram como urbanos, de rua, antojitos. Aqueles pratos elaborados para os líderes e personalidades da política, como o mole, até hoje são servidos em ocasiões especiais, quase como uma celebração onde se joga a casa pela janela e se desfruta da herança cultural do país.   Receitas Revolucionárias Receita de Chalupas Poblanas Ingredientes: - 24 tortillas de milho - 400 gramas de frango ou porco/tinga cozida e desfiada - 500 gramas de queijo fresco - 1 cebola - 1 xícara de tomate maduro feito purê (para o molho vermelho) - 1 xícara de tomate verde feito purê para o molho - 2 dentes de alho - 4 pimentas serranas - óleo para fritar - alface picada para servir fatiada Clique aqui e encontre o procedimento para preparar chalupas poblanas.   Receita de Tradicional Chile en Nogada Ingredientes: - 8 pimentas poblanas - 2 romãs vermelhas descascadas - 80 gramas de salsa picada - 100 gramas de cebola finamente picada - 2 dentes de alho - 400 gramas de carne de boi moída - 400 gramas de carne de porco moída - 120 gramas de acitrón picado - 50 gramas de uva-passa hidratada - 100 gramas de amêndoa descascada, torrada e picada - 200 gramas de pêssego picado - 200 gramas de pera descascada e picada - 200 gramas de maçã golden descascada e cortada em cubos - 50 gramas de açúcar - 5 gramas de canela em pó - sal a gosto - pimenta a gosto - 80 gramas de banha de porco - 1/2 quilo de noz de castilla descascada, para a nogada - 100 gramas de amêndoa descascada, para a nogada - 220 gramas de cream cheese para a nogada - 80 gramas de açúcar para a nogada - 400 mililitros de vinho branco para a nogada - noz-moscada a gosto, para a nogada - leite (se necessário), para a nogada Clique aqui e encontre o procedimento completo para preparar esses deliciosos chiles en nogada.   Encontre mais pratos revolucionários na seção de receitas mexicanas do Kiwilimón.