O ar parece afinar-se nas alturas da serra de Parras. Ao longe, emoldurada pelas montanhas, repousa uma bela vinícola de pedra e madeira. Mas, quem chega aqui não está perdido. Neste ponto de Coahuila –segundo o Concours Internacional Des Cabernets– nasce, cresce e envelhece o melhor cabernet do mundo: Don Leo cabernet sauvignon Gran Reserva 2013. Uma notícia para celebrar com uma ou duas taças de vinho mexicano.

David Mendel é o diretor do rancho comprado por seu pai há trinta e sete anos, onde, antes de elaborar vinhos mexicanos multipremiados, a terra era cultivada e havia criação de gado. O enorme tamanho do terreno só pode significar duas coisas: que sua família sabe como fazer negócios e que também sabe ganhar.

A história foi assim. No último primeiro de junho, um painel de sommeliers franceses degustou às cegas vinhos provenientes de vinte e cinco geografias. Após prová-los todos e deliberar, descobriu-se que o melhor cabernet não era francês, não era do Napa Valley, não era australiano. O melhor cabernet, o vencedor da medalha de Ouro do Concours Internacional Des Cabernets, era Don Leo Cabernet Sauvignon Gran Reserva 2013 e era mexicano. Caso a emoção dos donos da vinícola não fosse suficiente, seu cabernet sauvignon shiraz 2016 trouxe outra medalha de ouro.

Sorte? De forma alguma. Em ocasiões passadas, Don Leo já havia recebido medalhas de ouro e prata como no Concurso Mundial de Bruxelas, um concurso por demais prestigiado. Que um país como o México tenha ganhado também não surpreendeu a todos. Cada vez tem sido mais comum que rótulos de vinho nacionais obtenham prêmios de todas as cores em concursos que atestam a qualidade do vinho. Por exemplo, no ano passado levantamos a taça à saúde do Caipirinha 2016, um vinho elaborado para o restaurante brasileiro da CDMX que leva o mesmo nome, quando ganhou “Vinho tinto revelação Mundial” no Concurso Mundial de Bruxelas. A mistura foi elaborada no Vale de Guadalupe por outro produtor de cofres do tesouro: a vinícola El Cielo. Junto a ela, no quadro de honra, algumas vezes brilha Monte Xanic, às vezes LA Cetto, Altotinto, Puerta del Lobo e muitos etcéteras.

O melhor para nós é que os nomes mudam e as regiões de onde provêm, também. De Parras a Querétaro, do Vale de Guadalupe a Guanajuato, no México se produz relativamente pouco vinho, mas de qualidade inigualável. E que Don Leo cabernet sauvignon Gran Reserva 2013 tenha ganho como o melhor cabernet do mundo vem para lembrar isso.

Os vinhos mexicanos chegaram para se tornar um orgulho nacional. Agora também eles, junto com nossa gastronomia –patrimônio cultural imaterial da Humanidade pela UNESCO–, fazem com que habitar este país seja uma delícia como nenhuma outra.

Combine um cabernet com estas receitas:

Asado de Tira com Glaseado Balsâmico

Costela de Porco