Mole poblano e chiles en nogada são algumas das receitas que Frida Kahlo chegou a aperfeiçoar, talvez com a mesma arte com que pintava. A artista nascida na Cidade do México se inspirava na comida não só para suas pinturas, mas também porque amava as cores e as tradições gastronômicas mexicanas.

De fato, em sua casa tinha um clássico fogão a lenha, panelas tradicionais de barro de Oaxaca e bacias de cobre de Santa Clara, porque para ela a comida sempre foi uma atividade social, mas também uma forma de se manter conectada com a cultura indígena do país.

No As festas de Frida e Diego: memórias e receitas, a filha de Diego Rivera mostra o quão importante a boa cozinha era para Frida e sua vida com Diego, ao mesmo tempo que nos deixa conhecer o quanto gostavam das celebrações tradicionais e suas comidas, como o Dia dos Mortos, por exemplo.

 Embora quem se encarregasse da preparação fosse Eulalia, sua cozinheira, Frida se dedicava a planejar com muita atenção a apresentação das comidas, especialmente porque os encontros com pratos como tamales acompanhados de mezcal eram comuns em sua Casa Azul.

É bem sabido que a rede social da pintora incluía pessoas da elite intelectual e cultural da época, com as quais compartilhava os alimentos, festejava e debatia ao redor da mesa que ela pessoalmente arrumava de maneira festiva, experimentando com a cor e a forma por meio de arranjos florais, louça de cores coordenadas e composições com frutas e verduras, como as de suas pinturas, tudo combinado com uma variedade de diferentes pratos.

Para Frida, como muitas outras coisas em sua vida e com o peso da época em que viveu, a cozinha esteve diretamente ligada a Diego Rivera, mas por sorte, atualmente as mulheres têm resignificado espaços, tradições e até aberto espaços que evidenciam o valor tanto de nossa participação, quanto da gastronomia.