Nos últimos anos, cientistas e especialistas em todo o mundo têm se dedicado a investigar a relação entre o que comemos, seus efeitos na
microbiota e se nossa alimentação está ligada à nossa
saúde mental. Diversos estudos confirmaram que a microbiota intestinal está relacionada a diversos processos no cérebro, que por sua vez se relacionam com nossa saúde mental e funções cognitivas, o que confirma que o que colocamos em nosso prato terá efeitos sobre nossa saúde em geral e não apenas no físico.
Em um artigo especializado publicado no final de outubro de 2022, um grupo de cientistas irlandeses explorou o impacto do consumo de alimentos ricos em
prebióticos e probióticos, um regime alimentar conhecido como
dieta psicobiótica. O estudo explica que os resultados de diferentes pesquisas indicam que há um “vínculo entre os hábitos alimentares e uma redução do risco de padecer uma doença mental”, enquanto também enfatiza que os dados “sugerem que melhorar os hábitos alimentares pode melhorar os sintomas da depressão”.
Devido à importância que o consumo de
alimentos psicobióticos parece ter para nossa saúde mental, em
kiwilimón nos dedicamos a investigar sobre este tema, preste muita atenção!
Você também pode ler: O que são os búlgaros de leite e quais são seus benefícios? O que são os psicobióticos? Os psicobióticos não são um novo tipo de probióticos, mas sim um termo utilizado quando falamos dos microrganismos que poderiam beneficiar a saúde mental. No entanto, cabe mencionar que esse conceito ainda é muito novo, portanto continua evoluindo e se modificando.
O que é a dieta psicobiótica? A
dieta psicobiótica inclui alimentos ricos em
probióticos e
prebióticos, o que ajudará a manter uma alimentação equilibrada, mas também beneficia a saúde intestinal e a saúde mental. Esse tipo de dieta inclui os seguintes alimentos:
- Frutas, verduras e cereais em cada refeição.
- Recomenda o consumo de sementes, nozes, ervas aromáticas e óleos diariamente.
- Consumo de alimentos fermentados todos os dias: leite de búlgaros, iogurte grego, kombucha, kimchi, picles, etc.
- Comer peixe e frutos do mar de 2 a 5 vezes por semana.
- Frango e ovo: de 2 a 5 vezes por semana.
- A carne vermelha e os doces só podem ser consumidos uma vez por semana, embora também se recomende evitá-los.
Você também pode ler: Diferenças entre probióticos e prebióticosDieta psicobiótica para combater o estresse De acordo com um grupo de cientistas irlandeses, adotar a
dieta psicobiótica ajudaria a reduzir os níveis de estresse e melhorar a qualidade do sono, então estas são excelentes notícias se você gosta de leite de búlgaros, kombucha, kimchi, picles ou qualquer outro produto fermentado.
O estudo recentemente publicado na revista científica
Molecular Psychiatry, indica que durante o ensaio clínico, os participantes aumentaram o consumo de alimentos fermentados e prebióticos, os dois grupos que compõem a dieta psicobiótica.
Durante o estudo, um grupo de participantes consumiu o seguinte diariamente:
- 6 a 8 porções de frutas e verduras ricas em prebióticos: banana, maçã, alho-poró, cebola e repolho, entre outros alimentos.
- 5 a 8 porções de cereais.
- 2 a 3 porções de alimentos fermentados, como kefir, kombucha e chucrute.
- 3 a 4 porções de leguminosas por semana.
Você também pode ler: Os melhores alimentos para combater o estresseQuais foram os resultados dessa dieta? Ao final do estudo, os especialistas da Universidade Colegiada de Cork descobriram que as pessoas que consumiram alimentos
psicobióticos notaram uma diminuição em seus níveis de estresse percebido e quanto mais se aderiam à dieta psicobiótica, maior a redução de seus níveis de estresse.
No entanto, esse regime alimentar não teve apenas um impacto nos níveis de estresse, pois os especialistas também identificaram que a qualidade do sono aumentou, um resultado que pode estar ligado à produção de
serotonina e melatonina, dois hormônios de suma importância para o bem-estar.
Em conclusão, após adotar a dieta psicobiótica por 4 semanas, os participantes perceberam uma melhora em seus sentimentos de estresse, enquanto também foram registrados mudanças na microbiota intestinal. No entanto, os cientistas apontaram que ainda são necessários mais estudos para confirmar se o consumo de probióticos e prebióticos poderia ser um grande aliado ao tratar condições como a
ansiedade e a depressão.